Resumo
A alta frequência e tendência crescente das cesarianas estão em foco no país. Sua magnitude é quatro vezes superior à recomendada pela Organização Mundial de Saúde. Isso ocorre, em parte, devido à opção por um modelo de assistência à saúde privatista, médico-hospitalar, intervencionista e medicalizante. Não é uma prática isolada e está dentro de um contexto social, econômico e cultural em que “tempo é dinheiro”, esperar é perder tempo e trabalho de parto é sinônimo de sofrimento. Mas, como toda prática abusiva, propicia o surgimento de reveses, como o crescimento da prematuridade, por exemplo. Até que ponto o nascimento antecipado está associado ao crescimento da cesariana, ainda não se tem definido.
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